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Aperfeiçoando o uso energético da madeira no Brasil e reduzindo os efeitos ambientais negativos a partir de uma política energética

O objetivo do evento é apresentar os problemas e oportunidades relacionados ao uso energético da madeira. Apesar de suprir uma quantidade de energia equivalente à das forças hidráulicas e da cana de açúcar e de substituir combustíveis fósseis, é a fonte menos estudada e para a qual o país não tem uma política energética definida.

A energia da madeira, em quase todo o mundo, é destinada ao uso doméstico e rural. Pela facilidade como pode ser obtida é em grande parte usada de uma forma não comercial e baseada em tecnologias muitas vezes primitivas e ineficientes. Uma dependência elevada dessa fonte é associada a subdesenvolvimento.

No Brasil, porém, se observa uma situação muito especial onde a maior parte da energia da madeira, que representa 10% de toda a energia usada no país, é usada pela industria. Destina-se a produzir calor pela queima direta (indústrias cerâmicas, papel, gesso), ou convertida em carvão vegetal, um derivado energético usado como termo-redutor na produção de ferro-gusa.

O uso energético da madeira no Brasil, hoje, justapõe experiências exemplares - como a exploração cíclica de florestas particulares, permitindo a regeneração das áreas plantadas - e desastrosas - como a extração predatória da madeira nativa e o emprego de técnicas primitivas de termo-conversão, que, via de regra, atuam na ilegalidade e, não raro, empregam trabalho escravo.

A aquecida demanda por ferro gusa nos últimos quinze anos aumentou de forma acentuada a demanda do carvão vegetal, contribuindo para acelerar a devastação da floresta amazônica, extensas áreas de Cerrado, da Caatinga e, mais recentenmente, do Pantanal. Esta é uma dimensão do processo de desmatamento geralmente desconhecida dos brasileiros. O mesmo vale para o Estado, que não possui marcos regulatórios ou políticas públicas que orientem a utilização dessa fonte de energia.

Tudo isto é potencializado em um cenário único: somos hoje um dos poucos países a dispor de cobertura florestal nativa extensa, que precisa ser preservada. Possuímos um ativo energético e um potencial gerador de energia renovável extraordinários, principalmente por conta dos fatores climáticos.

O Brasil tem insolação elevada, produtividade florestal alta e base industrial que depende do carvão vegetal para produzir um gusa de alta qualidade. Além disso, pode incorporar nessa cadeia, resíduos agro-industriais e biomassas com ciclos curtos e baixo custo. Reúne, portanto, as condições necessárias para dar um novo impulso ao uso dessa fonte renovável com expectativa de custos decrescentes, na contramão das expectativas quanto aos combustíveis fósseis.

É preciso montar uma agenda positiva que organize e aperfeiçoe as cadeias de uso energético da madeira mediante seu uso otimizado com tecnologias eficientes que garantam a sustentabilidade desta fonte entre a produção da biomassa e o uso final, de forma competitiva com os combustíveis fósseis. Para tanto, urge a instituição de uma política energética para a madeira que incentive todos os atores desse processo a buscarem soluções que permitam atingir esse objetivo.

A falta de uma política nessa área traduz a perspectiva de economias desenvolvidas localizadas em regiões com baixa insolação, onde a produtividade da biomassa é baixa e o custo dessa fonte, elevado. Lá evoluem as tecnologias para usar combustíveis fósseis e as voltadas para usos energéticos da biomassa estagnaram há mais de um século. As raras exceções foram observadas no setor de papel e celulose para aproveitar os resíduos e no uso de resíduos urbanos onde a geração elétrica reduz os custos para dar fim ao lixo.

Uma mobilização das comunidades científica e tecnológica brasileiras, orientada no aperfeiçoamento desta cadeia, vai apresentar resultados muito rapidamente. Os potenciais teóricos de aperfeiçoamento são elevados e, enquanto avançaram a ciência e a engenharia ao longo de mais de um século, o estudo desta cadeia ficou praticamente abandonado.

A produção de álcool seria um paradigma. Antes do PROALCOOL, muitas usinas usavam lenha nativa nas caldeiras por falta de tecnologia para usar o bagaço que era queimado em piras. A política do álcool levou as usinas a aumentarem a eficiência na cadeia produtiva tornando o álcool competitivo, pois supre as próprias necessidades de energia. Além disso, começa a se tornar um supridor de energia elétrica para a rede pública.

O programa do seminário abrange a discussão de toda a cadeia, trata dos aspectos de curto e longo prazos que ajudam a compor o mosaico do problema, mostra os desafios que se colocam e examina a viabilidade do país avançar no que se refere à madeira energética.

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